O tempo não Pára -

Eu sei que este "pára" já é sem acento. Mas é pra citar Cazuza. Um puta exagerado como eu. Um puta pirado corajoso como eu e com uma mãe tão difícil com a minha. Agora, que tudo mudou, mas o tempo não parou, a minha cabeça também não para. Muita coisa pra fazer, muitas pra desfazer, muitas pra terminar, e muitos planos pra iniciar meiar e finalizar. Muito currículo pra panfletar, muitas oportunidades girando. Tanta incerteza, e muita coragem. Muita mesmo. É um alívio estranho. Uma vontade de dar uma paradinha, de ir pra festa de Santo Antonio finalmente, e, ao mesmo tempo, uma vontade de lutar desesperadamente, intensamente, com todas as forças que o rémedio nunca tirou de mim. Vontade de tomar café. Sensação de que era isso mesmo que estava escrito. Eu sabia que tava tudo muito certinho, exatinho, e que num era desafio pra mim, sabe? Será que a mudança tem que ser ainda maior? De que tamanho? Vontade de ter mais cursos no meu currículo, rs. Mais teoria menos prática. Feliz com toda a minha experiência. Mas na dúvida se é isso mesmo que o mundo quer. O que é que o mundo espera de mim? Na verdade, neste momento eu num tô muito a fim de dar exatamente o que o mundo espera de mim. Tô a fim de que o mundo aproveite o que eu já sou. E o que eu posso. É isso. E antes que eu me esqueça, apareçam no teatro. A Isadora (meu personagem) me dá muita vida neste momento de transição. Pois ela é uma das certezas que tenho do que não precisa mudar na minha vida.