25/01/10
Ela entrou atropelando tudo e perguntando onde estavam meus olhos. "Vc não tem olhos não, menina?" Não desistiu de descobrir por que logo em seguida uma lágrima anunciou que em algum lugar os olhos existiam.
Ela me viu dançar e soube que além de olhos, tinha uma força, um bicho, que me comia por dentro simplesmente por que eu não sabia como deixá-lo vir pra fora.
Depois dela, minhas idiossincrasias e meus neologismos estão livres. Soltos no ar. E belos. Minhas palavras viram borboletas e tem milhões de vidas.
Ela sempre aparece surpreendendo - uma percepção clara que tem das coisas, um sorriso cheio de sementes. Torna as coisas mais insolucionáveis em chá de morango com pimenta. Tudo que é motivo de sofrer (e sofrer de verdade) ela transforma em desapego. É a rainha bela do desapego.
Ela acreditou em mim e me fez pensar o mundo de ponta-cabeça, dum jeito delicioso de saber que culpa é idiotice e RESOLUÇÃO é a palavra do século.
Faz minha cabeça perceber a beleza de uma tigela de leite. Me ensinou a descobrir que qualquer coisa pode ser sexy, pode ser bela, pode ser áspera e pode ser tudo, pode ter um milhão de significados. Ela tira poesia de tudo, é incrível. Ela fez sorver em mim, mais outro milhão de vontades e planos infalíveis que hoje não tenho a mínima idéia de como vou realizar. Ela me ensinou a ser ferina também; mas com bom humor, que me faz rir e saber que assim é uam forma boa de cuidar de mim e defender minha alma dos mais travestidos vampiros.
Ela é tudo isso. E o pior é que ela sabe disso tudo? É uma bruxa, tem que ver.
É bom demais saber que existe gente assim. Minha alma se sente aliviada de saber que ainda tem com quem dividir os destinos.
Obrigadinha por abrir estas cortinas pra mim. Volta logo pra gente tomar uns pires de leite juntas.
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