29/10/11

22/10/11

Na iminência

Preciso escrever ou enlouquecerei. 
Passei da fase que achava que sairia voando, passei da fase que achava que seria famosa, bem sucedida, garota propaganda de margarina da vida.
Tudo isso passou. Tenho vivido minha vidinha freudinamente me encaixando no meu caminho, analisando cada escolha e cada passo, e todo o resto de sonhos e não escolhas que vão ficando pra trás.
O que eu busco agora é a medida. Não o equilibrio. 
Engraçado definir esse momento dessa forma, justo hoje. Hoje é dia do professor, e analisando a medida, me lembrei de uma professora polêmica que tive, muito polêmica mesmo - nem dela eu gostava-  e hoje me lembro de algo que ela ensinou, que era o principio de toda a pesquisa que ela se dedicou a desenvolver e ensinar durante toda a vida: "Não ao equilibro. O quase equilibro - o pequeno desequilibrio -  é o que liberta para o movimento, para a voz, para sair da inércia."

Tenho pensado nisso. No senso de limite, no certo e errado, no jeito que não é certo nem errado, é o diferente. E até onde o que sinto sou eu? Até onde o que sinto, é o que o senso comum me cobra sentir?


Estou trabalhando muito.
Tenho vivido para o trabalho e estado muito cansada.
E por isso, tenho ficado só. 

Não tenho feito nada por mim. Só escapo. Tenho passado meus dias escapando. Escapando da dor, da solidão, da tristeza, da pressão, das dívidas, das contas, do desconforto, da mudança.

Estou na iminência.

E neste hiato, questiono o que é caraminhola, o que é convenção, o que é acomodação, o que sou eu e o que é bobagem de asfalto velho.