31/07/11

Sobre Utopia

Depois de muito tempo, voltei novamente a me sentir vinda de outro planeta. E não é do planeta da loucura onde alguns bons acham que eu nem devia ter vindo. Sei lá: acho que pode ser de lá que eu vim mesmo, e nem sei.

O fato que é lá, de onde eu vim, mesmo com as adversidades e agonias, todo mundo consegue ser educado. Não precisamos amar uns aos outros, veja bem, amor é afinidade. Mas o respeito é lei, lá de onde eu vim. Lá, a lealdade nem é questionada. Ela existe e ponto. É como respirar. 
Lá estamos pra fazer funcionar. Queremos o melhor e não é tudo um mar de rosas. Se fosse não teria graça. Que problemas iríamos solucionar? Como poderíamos nos provar nossos talentos e nossas delícias de fazer sorrir? Como faríamos teatro e música, se não houvessem as adversidades para nos inspirar?

Mas é que aqui, neste mundo onde fui cuspida, as pessoas são inseguras demais pra construírem um bom resultado juntas. Por que essa necessidade louca de se impor sozinhos? Toda vez que acho (e como diz minha mãe - todo penso é torto) que posso contribuir de um bom jeito, acabo batendo de frente com o ego de alguém... Ai que desânimo. Ai que preguiça. Ai... que..

E pra me encaixar no mundo de cá, acabo tendo sempre que voltar aos que observaram e teceram boas teses sobre este mundo. O de cá. Sartre tem sido meu companheiro, sempre. Mas ultimamante vou te dizer que ninguém diz melhor sobre o poder e a insegurança desse mundo do que Maquiavel. E a partir daí, começo a me instalar politicamente dum jeito que odeio, um jeito não sincero, um jeito superficial de não atingir a aura alheia, pra ver se consigo preservar a minha. 

 Pena que a minha política real, que nasceu lá no outro planeta, é a política da verdade, da sinceridade e da intensidade. Que infelizmente não funciona no mundo de cá.
 Que sonho lindo, o planeta de onde vim.

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