20/03/11

Panfletária

Queridos Grandes Amores e Família;

Estou vivendo num tempo de reclusão. Bem, foi uma coisa sem planejar, sem ser de propósito, mas com um propósito.

Pela primeira vez uma personagem têm me exigido grandes mudanças para me aceitar, rs.

Além disso, ela têm me perseguido. Estela me quer magra, me quer rouca, me quer inteira. Estela tá me engolindo, engolindo minha agenda, meu tempo, meu prazer de comer. Estela interrompe meu sono, e não me permite ter tempo pra fazer minhas visitas supresas (ou não) aos que amo -  pois ela passa o dia inteiro repetindo suas idéias loucas panfletárias, um milhão de vezes, defendendo incansavelmente seus pontos de vista. E quer que eu repita. Sem parar. Para que eu as tenha de cor e salteado.
E Estela quer que ainda assim, eu os convença a ouvir o seu discurso -  ou o seu silêncio, mesmo tendo me tomado de vocês todo esse tempo.
O discurso está marcado para dia 21 de abril, às 21hs - data que para ela significa não só o aniversário de Brasília, mas na verdade, a esperança de ver nuvens novamente. O palanque será montado no Complexo Cultural da Caixa Econômica, no setor bancário sul, atrás do Banco Central. Seu tema será "BEM PERTO DO FIM".

Até lá, espero que me perdôem a ausência em vossas vidas, ou ao menos tenham paciência com essa atriz que já não tem vida única e desejos próprios satifeitos.

Amo vocês.
 E por favor, apareçam. Estela está me sufocando, mas pra que ela me deixe em paz, vcs precisam ouví-la.

1 comentário:

João Pácifer disse...

Mas do que seriam os atores feitos se não fossem de víceras pra se enrolar enquanto dorme, enquanto acordam e enquanto comem, com os personagens que lhes fazem a vida. Do melhor ator se espera nada menos que a vida dada ao seu fazer. Assim compreendemos e admiramos.